Camila Cezar de Souza
A maior parte das pessoas, senão todas
elas, desejam dar o seu melhor na função que desempenham. Mas, como dar o seu melhor
sem conhecer o seu pior? Esta é uma dúvida que suscitei após fazer parte da
equipe da Thais, uma gestora que aceitou o grande desafio de me tutorar, tanto
no que tange à parte técnica do ofício, quanto no tocante ao meu comportamento
emocional e psicológico no ambiente corporativo. Diante do meu oceano de
imperfeições, ela foi capaz de me lapidar e extrair o melhor de mim. Passados
alguns meses fazendo parte de sua equipe, me deparei com a grande verdade de
que ela me conhecia mais do que eu mesma nestes dois últimos quesitos. Isso
ficou bastante evidente quando aprendi a trabalhar sobre as críticas que
recebia, em busca da evolução pessoal e profissional que sempre almejei, porém
não sabia como alcançar. Ao perceber que o autoconhecimento é a grande chave
para alcançar estes objetivos, percebi também que existem questões
(deficiências) que não somos capazes de identificar em nós mesmos, em virtude
da cegueira do ego.
No entanto, a consultoria profissional de alguém que deseja não chefiar, mas
liderar seus subordinados em busca do desenvolvimento coletivo, transcendeu
todas as resistências pessoais que eu tivesse àquela época, pois o
reconhecimento dos meus pontos de melhoria superaram o sentimento de frustração
que carreguei por anos, ao querer dar meu melhor sem saber os fatores pessoais
que demandavam urgentes melhorias e possibilitariam meu amadurecimento.
Esse processo de auto-conhecimento assistido me abriu um horizonte de
possibilidades de melhoria: não mais frustração, decepção ou autossabotagem,
mas sim uma constante insatisfação positiva que me instiga e estimula a fazer
mais e melhor, diante de quaisquer circunstâncias, sejam elas internas ou
externas.