Eu sou uma fraude!
Durante alguns anos da minha vida profissional, embora não demonstrasse muito, eu tinha vários medos.
Colegas me chamavam de forte, de guerreira, de determinada, confiante e que eu era pura ação.
Lembro dos processos que, inclusive, isso foi citado como destaque para a minha escolha.
Agora o mais engraçado é que poucos, mas realmente muito poucos verdadeiramente sabiam que aquilo era uma armadura que eu havia colocado.
Que lá dentro pulsava um coração mole de uma pessoa que tinha medos e dúvidas.
Primeiro, porque ver a sua família toda sair de São Paulo e você decidir ficar completamente sozinha em busca do seu sonho de realização profissional não era uma decisão fácil.
Em um final de semana a casa estava toda barulhenta e com risadas, já no outro eu morava em um flat e estava ali sentada olhando para televisão, sozinha e completamente deslocada.
Segundo, eu não me classificava no rol das pessoas inteligentes. Afinal, eu não tinha a velocidade de compreensão das matérias do meu irmão mais velho, tão pouco o jogo de cintura e persuasão do meu irmão do meio.
Eu sempre estudava muito, por isso me classificava no rol das “burras esforçadas”.
Anotava tudo na aula, estudava em casa por várias horas, participava de grupos para tirar dúvidas, fazia aulas de reforço e todas as aulas extras que apareciam.
Isto significava que enquanto a minha família fazia churrasco e se divertia na piscina eu estudava, física, química ou até mesmo para a prova da OAB muitos anos depois.
Pois, no fundo no fundo, eu tinha medo que alguém descobrisse que eu não era capaz, que toda aquela armadura era uma fraude e eu não passava de uma burra esforçada.
Tipo paranoia, sabe?
Quando eu entregava algum job eu sempre pensava: “nossa, espero que esteja aceitável! ”
Feedbacks que não tinham um bom equilíbrio, por mais que fossem bons, a única coisa que ficava na minha cabeça eram as coisas ruins e as críticas.
Além de ter certeza que eu era uma impostora, uma fraude gigantesca com 6 especializações e um MBA por sorte!
E só o ano passado eu descobri que eu não estava sozinha no mundo, que eu esse sentimento que me corroía a tantos e tantos anos era comum.
Que o medo de errar, o medo de não atender as expectativas dos outros tinha o nome de “síndrome do impostor”.
Loucura, né!
A sensação que fica é que realmente em qualquer segundo do dia irão descobrir que você é aquele coração mole, com muitas dúvidas e medos e de uma hora para outra vão descobrir sua armadura e você irá se sentir nua no meio da avenida paulista.
Eu vivi com esse sentimento a minha vida toda…desde o momento que consigo resgatar as minhas memórias de criança, à minha adolescência e a vida adulta lembro de viver com este medo.
E só o ano passado que descobri que não estava sozinha.
Por isso, se você se identificou com todos esses sentimentos, saiba que eles não são reais e que é possível mudar o jogo!
Se eu puder te ajudar nessa jornada, conte comigo!
Beijos e abraços,
Thais Lima
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